quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Reino Encantado do Faz de Conta

Era um lugar harmonioso. As pessoas até se ajudavam. Não havia nobres, burgueses, tão pouco plebeus. Conforme apareciam caras novas, a receptividade era a mma. E assim foi por um bom tempo. Era uma terra feliz, onde a criatividade, o humor e a inteligência prevaleciam.

Um certo dia, alguém de muito longe chega, com ar nobre, trazendo poucas idéias, mas uma imensa vontade de aproveitar as coisas boas q aquela terra poderia lhe oferecer. Era o rei. Ops... isso já era um sinal, um ponto de desequilibrio. Já não eram todos iguais. As coisas estariam prestes a mudar.

"Ao rei tudo". E assim começava a nascer uma corte. Era bem verdade q era uma corte de um homem só, mas já era uma corte. Diferenciada do resto.

Conforme o rei engordava, o povo, outrora próspero, passou a ficar faminto e começou a querer fazer parte da nobreza. Alguns começaram a usar roupas melhores, bajularam, enriqueceram. E assim nascia a burguesia. Seu discurso era sempre o mmo: "viva o Rei". O rei, envaidecido, começou a gostar daquela história.

Os dias iam se passando e a burguesia passava a ganhar força perante o rei. A força foi crescendo, bem como a pressão sobre o monarca, até então o único nobre. A divisão, apesar de velada, entre burgueses e plebeus começava a aumentar. Do ponto de vista político, a diferença entre burgueses e plebeus era nenhuma, era tudo uma questão de estado de espírito.

Para frear um pouco o ímpeto da burguesia, o rei escolheu alguns de seus representantes e lhes concedeu o título de nobreza. A corte começava a aumentar. Os plebeus até viram com bons olhos tudo isso, afinal de contas, agora, acreditavam q teriam representantes da sua classe no poder, na corte junto ao rei.

Contudo, apesar de acalmar os ânimos dos plebeus, isso começou a gerar revolta entre os outros burgueses, q queriam de qq forma fazer parte da nobreza. Como formigas (ou seriam ratos???), esses burgueses trabalhavam sem parar para conseguir seus objetivos. Todo dia um pequeno avanço. E perceberam q os plebeus seriam um bom alicerce para sua escalada. Os plebeus, coitados, ainda acreditavam num mundo q não existia mais. Estavam sendo usados.

A população do reino foi aumentando e o rei viu a necessidade de aumentar sua força política. Para tanto, teria q integrar mais burgueses à corte. E assim foi feito. No dia da mentira (não poderia haver data mais propícia), promulgou uma lei q transformava todos os burgueses em nobres. E assim, diante dessa lei, não havia mais burgueses, eram apenas nobres e plebeus.

Os burgueses esqueceram de sua origem popular e passaram a acreditar na mentira q eram nobres. Perder suas origens é um dos maiores erros do homem. Mas os homens não são perfeitos. Eles erram. O rei, mais gordo q nunca, ria, afinal de contas, seu poder nunca esteve tão forte como agora. Os plebeus e a burguesia já não eram mais ameaças. Ele "comprou" aqueles q poderiam querer depô-lo.

E assim o reino continuou seus dias... até hj.

Infelizmente, esse conto ainda não teve um final feliz. Talvez não tenha.

4 comentários:

Anônimo disse...

"Liberté, Egalité, Fraternité"

La Révolution française commence en Robespierre (1789) et se termine en Bonaparte(1799). Quels est-ce que sont vous ?

Leandro disse...

O texto ficou muito bom, mas tem que tirar os miguxos. Mandou bem.

Ogro disse...

Gostei.
Acho que não vai rolar um final feliz. Por isso vou me bandear para o grupo da nobreza assim que possível.

Anônimo disse...

Viva o rei, viva os nobres, viva à corte! Viva também ao bobo da corte. :-)