quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A auto biografia de Deus

Quando viajo, tenho períodos férteis em literatura. Nessa última devorei alguns livros. O problema é que quando chego em Manaus, outros atrativos me tiram a atenção e meu ritmo de leitura cai praticamente para zero. E dessa vez não foi diferente.

Comecei a ler a auto biografia de Eric Clapton mas não terminei ainda. Mesmo assim gostaria de registrar algumas passagens interessantes e outras que ficaram faltando no livro.

Para quem gosta de música, principalmente blues, e toca guitarra, a boca chega a salivar. Eric conta como ganhou seu primeiro instrumento e fala dos tempos que começou a aprender a tocar.

Conta também três passagens memoráveis para os amantes do bom e velho rock 'n roll. A primeira é a filmagem do Rock 'n Roll Circus dos Stones, em que toca guitarra em Yer Blues, numa banda chamada (Dirty Mac), formada simplesmente por John Lennon (voz e guitarra), Keith Richards (baixo), Mitch Mitchell (bateria) e Eric Clapton (guitarra).

A segunda, a que causa verdadeiro arrepio, é a história da gravação de While my guitar gently weeps dos Beatles, em que é chamado para assistir a gravação e que quando chega no estúdio é convidado por George Harrison para tocar. É um dos solos mais marcantes da história do Rock, gravado em uma tomada só e usando uma guitarra do próprio George.

E a terceira também é de deixar os cabelos em pé. Conta o caso em que John Lennon iria fazer um show em NY e convida Eric às pressas no aeroporto de Londres, sem tempo para ensaiar. A solução foi embarcar com violões e tocar algumas músicas em pleno vôo, na 1a classe do avião. Imagine você, voando de Londres para Nova York de 1a classe e John Lennon e Eric Clapton tocando algumas músicas ao seu lado!!!

As falhas do livro são pontos técnicos. Em nenhum momento Eric conta como escolheu seus instrumentos e nem quando trocou de Gibson Les Paul para a sua famosa Fender Strato.

A história gira muito em torno de mulheres, drogas e música. Conta sobre o Yardbirds, Cream e de outras bandas formadas durante sua carreira. É um bom livro que deve ser lido ao som de blues.

sábado, 17 de novembro de 2007

O poder do sol

Esqueci de comentar que além de todas essas horas de vôo e de aeroporto, ainda tem o efeito do fuso horário. O corpo fica completamente perdido. A cabeça dói, o cansaço aparece. Mas a coisa piora quando começa a escurecer. Neste exato momento estou escrevendo do aeroporto Charles de Gaulle em Paris. Tecnicamente para mim já é domingo, mais precisamente 1:35 da manhã. Aqui em Paris ainda são 17:35 de sábado e o sol começa se pôr.

É agora que sou lembrado que já deveria estar dormindo, é agora que a coisa começa a piorar para mim. Infelizmente tenho que lutar contra o cansaço e o sono e tentar me manter ao máximo acordado, porque daqui a pouco sofrerei mais 5 horas de atraso no meu fuso. E já será domingo. :-(

Diogo Mainardi mais uma vez

Tenho sido alvo de críticas por falar bem do Diogo Mainardi. As pessoas estão confundido as coisas. Eu não sou fã dele. Na verdade, acho o cara um palhaço. Mas um palhaço com estilo, com boas idéias, com um sarcasmo sensacional. Ele virou uma personagem, só que muita gente ainda não percebeu isso.

Li os últimos dois livros dele, ambos baseados nas suas colunas de Veja. Gostei mais do primeiro, onde ele critica a tudo e a todos, sempre de forma bem humorada. O segundo é uma perseguição declarada ao governo Lula e ao PT. Às vezes se torna chato, cansativo. Um monte de documento levantado por ele, tentando mostrar que o nosso governo atual é corrupto. Se fosse para saber sobre isso, não leria seu livro. Não precisaria.

O legal é o sarcasmo, as tiradas bem humoras, e isso vem em doses menores nesse último livro. De qualquer forma, as poucas que têm me provocaram risos.

O fato é que ele conseguiu chamar a atenção e de uma forma muito difícil de ser contestada. Isso irrita a todos. Já me irritou inclusive. Hoje eu me divirto. Vocês estão perdendo a piada.

Investindo em conhecimento

Os modelos econômicos vem mudando durante a História. Antigamente ter terras significava dinheiro, o maior bem produzido era a matéria-prima. Em seguida, descobriu-se que se essa matéria-prima fosse trabalhada, poderia se agregar valor e aumentar os lucros. Veio então a manufatura. Henry Ford percebeu que a manufatura já não era boa o suficiente e a otimizou, criando a linha de produção. Por décadas, países se desenvolveram com instalações fabris. Durante esse tempo, esse modelo era referência, mas as coisas já mudaram. Vocês não perceberam? Pois os coreanos sim.

Na minha época de colégio, quando o mundo era dividido em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, lembro claramente que a Coréia, bem como o Brasil, pertenciam ao segundo grupo. No decorrer dos tempos, a Coréia passou a fazer parte do grupo então chamado Tigres Asiáticos. Hoje a Coréia é um país de primeiro mundo e nós continuamos em desenvolvimento.

Pode parecer algo muito complicado de se explicar, mas no entanto não é. Na verdade é bem simples. A palavra chave é investimento. Mas no Brasil não houve investimento? Lógico que houve, talvez até mais que na Coréia, mas na área errada. Enquanto na terra tupiniquim acreditava-se (e ainda se acredita) que fábrica é sinal de desenvolvimento, a Coréia passou a investir em conhecimento.

Rios de dinheiros foram direcionados para pesquisa e desenvolvimento, investiram em capital humano, em educação. Hoje a realidade é um salto impressionante na quantidade de artigos científicos publicados e na entrada de pedidos de patentes em órgãos do mundo todo. Fui testemunha ocular do reflexo dessas ações. Fui testemunha ocular do estado desenvolvido de uma nação.

A Coréia conseguiu atingir esse desenvolvimento preservando toda as suas raízes culturais. Do ponto de vista social é muito mais desenvolvida do que muito país europeu. Não se vê pobreza, não há problema com violência, transporte público de qualidade, povo bem educado e dinheiro, muito dinheiro...

E enquanto isso no Brasil, os estados brigam para trazer mais uma fábrica, para empregar um punhado de trabalhador, sempre uma solução paleativa.

Mas como podemos investir em conhecimento se nosso líder máximo é uma referência de ignorância. Quando um líder sindical vai privilegiar conhecimento em detrimento a fábricas? Seremos sempre quintal dos outros. Seremos sempre uma Malásia, uma China sub-desenvolvidas. E seremos felizes assim :-)

Despedida

Está na hora de voltar. Encarar uma baita viagem ao redor do mundo, mais de 30 horas dentro de avião, outras tantas esperando em aeroportos por conexões. Não tem muito o que se fazer. Agora é terminar de ler os livros que trouxe e torcer para conseguir internet e energia nas salas de espera.

A experiência na Coréia foi interessante. Profissionalmente valeu muito. Pessoalmente também. Fazendo um paralelo com a China, as únicas coisas em comum são a falta de pessoas falando inglês e as comidas estranhas.

Na China houve mais coisa para visitar, mas acho que a Coréia me surpreendeu mais com seu desenvolvimento.

Vamos ver se na próxima eu paro no Japão :-)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Na Coréia 5 graus

O tempo, apesar de sempre bonito aqui, esfriou. Chegou a uns 5 graus. Mas isso do lado de fora, porque no meu quarto fica no mínimo 25 graus (e máxima de 32). Com esse marzão no fundo, dá até para enganar :-)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

As cores da Coréia - parte 2

Asiático gosta muito de luzes coloridas. Aqui na Coréia não é diferente. Tentei tirar algumas fotos de noite para dar uma noção, mas não ficaram muito boas. De qualquer maneira, resolvi colocar aqui.





terça-feira, 13 de novembro de 2007

As cores da Coréia

Dizem que estou visitando a Coréia justamente na melhor época do ano, ou seja, no outono. Nessa época, as árvores começam a mudar de cor e dão um colorido ao país. Resolvi colocar algumas dessas imagens que captei aqui.













Caminhada por Geumjeongsan

Lembram das trilhas que eu falei? E da legião de coreanos indo em busca delas? Pois é, depois de conhecer Beomeosa, fui encarar a travessia de Geumjeongsan. A trilha é muito aberta devido às milhares (eu disse milhares!!!) de pessoas que passam por ela no final de semana. Por isso, não é tão legal. Vale pelas vistas e pela idéia de acompanhar o muro que corta a montanha de norte a sul.






Durante a caminhada, passei por alguns pontos de observação, como esse abaixo:


Além disso, algumas vistas bem legais.






Depois de cerca de 4 horas andando, cheguei ao final da trilha e peguei um bondinho até o pé da montanha. Com a quantidade de coreano que tinha lá em cima, era de esperar mais um amontoado dentro do bondinho.


Meu plano final, depois de uma longa caminhada, era relaxar numa casa de banho que existe perto da estação do bondinho, casa de banho essa que é considerada a maior da Ásia. Chegando lá, refuguei. Achei que se tratava de piscinas com jatos de massagem, famílias reuniadas... nada disso, era homem para um lado, mulher para o outro e todo mundo nu num tanque. Não curti a idéia e me mandei de volta para Masan.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O templo de Beomeosa

No domingo de manhã parti para visitar o tempo de Beomeosa, o monumento mais importante de Busan. Uma hora de ônibus mais uma de metrô me fizeram chegar lá. O interessante é que do templo partem várias trilhas para diversos lugares nas montanhas da cidade. É impressionante a quantidade de "aventureiros" coreanos que tomam esse rumo no final de semana.

O templo foi realmente o melhor ponto de Busan. Trata-se de um complexo budista com inúmeras construções. O interessante é que há cerimônias religiosas abertas a todos que queiram participar. Então além de visitar é possível "salvar a alma".















Sangue Latino

Jurei mentiras
e sigo sozinho
assumo os pecados
os ventos do norte
não movem moinhos
e o que me resta
é só um gemido.

Minha vida, meus mortos
meus caminhos tortos
meu sangue latino
minha alma cativa.

Quebrei a lança
lancei no espaço
um grito, um desabafo
e o que me importa
é não estar vencido.

Minha vida, meus mortos
meus caminhos tortos
meu sangue latino
minha alma cativa.

domingo, 11 de novembro de 2007

Indo e vindo

O fato de uma cidade não ser turística na Ásia significa que poucas pessoas falam inglês e as informações na maioria das vezes está escrita na língua do país, com seus próprios caracteres. Em Busan, muita coisa é assim. Para minha sorte, o metrô não. Com ele rodei para todos os cantos da cidade sem maiores dificuldades. Sem dúvida alguma, é um ótimo meio de transporte.

O maior mercado de peixe do mundo

Estava começando a perceber que Busan não tem tantos atrativos quanto pensei, já que é uma cidade basicamente portuária. Depois de sair de Hae-undae, decidi conhecer o maior mercado de peixes da Coréia, chamado Jagalchi. Tem de tudo lá. Lula, crustáceos, peixes grandes, pequenos tubarões, polvos, moluscos. Sem mais delongas, vamos às fotos:

















Praia lotada?

Andou circulando na net um e-mail com fotos de uma praia super lotada na Coréia. O nome da praia é Hae-unda e fica em Busan. Para aqueles que não viram, estou colocando algumas aqui em baixo.







Fui lá para conferir e o resultado vocês podem ver nas próximas fotos:




Como vocês podem perceber, há uma pequena diferença. O principal motivo é a época do ano. Estamos no outono e as temperaturas, entre 10 e 20 graus, não são tão convidativas para um banho de mar.

Aquário de Busan

Busan tem um aquário bem famoso. Como gosto bastante desse tipo de lugar fui visitar. Mas o que mais me empolgou a ir foi um possível mergulho no tanque dos tubarões.

Cheguei lá e não tive sucesso. O último mergulho organizado do ano foi na semana passada. Acabou que não consegui mergulhar. Sorte a dos tubarões :-)

Sem chance de mergulhar, me restou visitar o aquário. Logo na entrada, dei de cara com peixes amazônicos, como: piranhas, pintados e pacus.

Pacu e um pintado no fundo


De resto, foi um monte de peixinho. Nada fora do normal. Abaixo coloquei algumas fotos do tanque dos peixes grandes.

Tubarão


Mero


Aquário Principal


Túnel que corta o aquário principal

Fim de semana livre

Apesar de toda correria e de muito trabalho, consegui salvar o final de semana e fui visitar uma cidade vizinha a Masan, chamada Pusan. Vou colocar algumas fotos e contar um pouco de cada lugar nos próximos posts.

Minha casa

Por 15 dias me mudei. Estou morando em outro lugar durante esse tempo. Aqui é legal, mas falta alguma coisa. Será que é meu som com meus cd's? Humm... acho que não. Deve ser o Playstation... também não :-( Ahhhh!!! Já sei!!!

Convido vocês a conhecerem minha casa interina através das fotos abaixo:

A sala


O quarto


A vista privilegiada