terça-feira, 30 de outubro de 2007

Fundo do poço

Com o Lula na Suíça por causa da eleição da sede da copa do mundo e com o José Alencar hospitalizado, o presidente provisório seria Renan Calheiros caso ele não estivesse de licença. Chegaríamos ao fundo do poço.

A copa do mundo é nossa

E não é que seremos sede da copa de 2014? O Brasil concorreu apenas com ele mesmo e por enquanto não perdeu. Mas também não ganhou ainda. A FIFA cobrará inúmeras mudanças e melhorias que se não cumpridas farão com que a sede mude de lugar. Seria um vexame total.

O que esperar da copa no país dos apagões, das cuecas, das CPI's? Muita coisa tem que mudar. Infelizmente acredito que quem mais vai lucrar com isso serão os políticos. Vão tirar proveito em campanhas eleitorais, em desvio de verbas em obras para o evento, em troca de favores políticos. Nossa!!! Vão se lambuzar!!! E o povo? Bem, o povo vai dançar, mas e daí? A copa do mundo é nossa.

Querem levar jogos para o Rio. Poderiam começar levando segurança pública. Querem levar jogos para São Paulo. Poderiam começar levando serviços de transporte eficientes. Querem levar jogos para Salvador. Poderiam começar levando um pouco mais de igualdade social. Querem levar jogos para Manaus. Poderiam começar levando energia elétrica...

Fui testemunha do Pan-americano. Limparam o Rio por 15 dias. Tudo estava a contento. Neste caso, estamos falando de uma cidade, por um curto período. E na Copa? Varrerão todos os problemas do país para debaixo do tapete também? Por 1 mês? Se for assim, precisamos começar a fabricar esse imenso tapete hoje.

Durante a cerimônia de anúncio da sede, Paulo Coelho falou em nome da cultura brasileira. Por que não puseram uma mulata de bunda de fora? Daria no mesmo. Se formos olhar por esse lado, o Lula falou em nome do país e o Ricardo Teixeira falou em nome do futebol. Definitivamente estamos mal servidos.

A ampulheta foi virada, temos pouco menos de 7 anos para tentar mostrar que esse país ainda tem alguma solução. Mostrar que podemos ser sérios. Mas se der errado, não tem problema... viva o Carnaval!!!

Talvez

Fui feliz. Sim, por um breve período fui feliz. A segunda ordem chegou e agora caio na realidade novamente. Sozinho, a solução é fugir. Para onde? Para longe, bem longe. 3 semanas fora. Vou ver o mundo de cabeça para baixo mais uma vez. Talvez dessa forma as coisas sejam diferentes. Talvez o tempo voe, talvez a felicidade volte.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Caos Aéreo

Tenho andado de avião como nunca andei antes em toda minha vida. Basicamente dois motivos influenciam isso: moro em Manaus, logo não tem outra maneira de sair de lá, seja de férias, seja a trabalho; e tem pintado muitas viagens. Só esse ano até agora foram 4 a trabalho e 4 pessoais.

Como existem poucos vôos diretos saindo de Manaus, na maioria das vezes as conexões são inevitáveis. Para chegar na China tive que pegar 4 vôos, por exemplo. Durante todas essas andanças foi possível perceber que o Brasil não é um país sério também na aviação.

De todos os problemas que tive nas minhas viagens, TODOS ocorreram dentro do Brasil. Já fui vítima do caos da Varig, do caos da TAM, do caos do apagão e já fui vítima de má manutenção dos aviões (tive uma decolagem abortada quase na hora de levantar vôo por conta de uma pane na parte elétrica de um avião).

Esses problemas que citei são só aqueles pelos quais passei, mas conheço outros. Mais de uma pessoa já me contou histórias sobre aviões arremetendo. O último arremeteu porque no momento em que pousava, tinha um outro avião na pista. Diante de tantos acidentes, imagine o pânico que se instaurou dentro da aeronave. Já vi outros casos em que ocorreu a mesma operação porque a pista do aeroporto fechou devido ao mau tempo (por mau tempo entenda-se neblina). Se neblina fosse motivo para fechar aeroporto, não haveria vôos comerciais para a Inglaterra. Para nossa sorte aqui não neva. Imagina como estaríamos em caso de neve.

Na minha opinião, os acidentes só não são mais freqüentes por pura obra do acaso. O controle é pobre em todos os sentidos. As empresas desrespeitam de toda forma o consumidor. E o pior, o país está crescendo (a curtos passos é bem verdade) e não comporta mais a infra-estrutura aeronáutica que temos atualmente. Não acreditem em discursos de crescimento anual de 5%. Sequer temos aeroportos para isso.

Para não dizer que a situação está fora do controle, tomam decisões que só podem ser chamadas de ridículas. Agora, para um vôo estar considerado atrasado, ele tem que estar pelo menos 1 hora fora do seu horário. Imagine uma ponte aérea, cuja duração é de 45 minutos, atrasado em uma hora!!! É mais que o dobro.

Muitos são as causas de atrasos. Um deles é o efeito cascata. O avião atrasa na saída da origem e pronto... é um atraso após o outro. A pouca infra-estrutura dos aeroportos é outro motivo, seja por falhas em equipamentos, seja por falha de pessoas, seja por falta de pessoas. É impressionante a fila que se forma nos saguões dos aeroportos no horário das saídas dos vôos internacionais simplesmente por conta de falta de policial federal na imigração. Chamam de operação padrão. E o pobre passageira fica em torno de 1 hora para conseguir chegar ao portão de embarca. Para nós brasileiros que estamos aconstumados com tudo isso, é a coisa mais normal do mundo, mas e para os gringos, que estão passando férias aqui, gastando seu rico dinheirinho? No lugar deles, você voltaria? Ainda tem a fila do check-in. Facilmente se perde uma hora também.

Bem, daqui a pouco me mando para Guarulhos. Vamos ver qual vai ser a trapalhada dessa vez...

Sampa

Estou em Sampa desde 4a de noite. Ontem consegui cumprir um dos objetivos dessa viagem. Agora é só felicidade.

Depois de fazer o que tinha que fazer, pela primeira vez nessa viagem tive tempo de sair do hotel para "passear" um pouco. Acabei indo encontrar um amigo de Manaus na Avenida Paulista. Comemos pizza, batemos papo e compramos alguns livros. Pena que o cansaço me tomou e não consegui assistir filme algum do festival de cinema que está rolando por aqui.

Minhas impressões sobre São Paulo não são das melhores. Como todo bom carioca, desde cedo já não gosto daqui. Como diria Artur Xexéo, essa "estranha cidade ao sul do Rio" é muito grande, muito cinza, muito chuvosa. Tem vários pontos negativos que o Rio também tem mas não tem a maioria dos positivos. Paciência, azar o deles...

Ontem, depois de levar mais de meia hora para chegar de táxi na Avenida Paulista (conseqüência de uma cidade grande e engarrafada), desci naquela emanharado de prédios. Tinha a impressão de estar andando pela Presidente Vargas. É bem verdade que não se vê tanto pivete e além disso existe vida cultural na maior parte dela. Teatros, cinemas, bares... bastante interessante. Mas de resto foi isso. Esperei o trânsito melhorar e voltei para o hotel.

Hoje tenho mais um compromisso aqui e depois me mando para Manaus. Eita vontade de chegar logo em casa...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Correria e Terra da Garoa

Minha passagem por São José do Rio Preto foi muito corrida. Não conheci nada, não tirei nenhuma foto, não saí do circuito hotel-universidade. Não faz mal, outras chances surgirão. Me pareceu uma cidade bastante agradável no Oeste paulista, perto do Mato Grosso do Sul. Vidinha pacata, pouco trânsito, quase nenhuma violência, povo simpático. Seria um bom lugar para espairecer. Fica para a próxima.

Terminado o congresso, fui direto para o aeroporto pegar o vôo da TAM para Congonhas. TAM, Congonhas... apreensão. Para piorar chuva o dia inteiro em São Paulo. Não poderia esperar outra coisa da terra da garoa.

Decolamos pontualmente. Teoricamente seria um vôo curto, 1 hora. Ao sobrevoar Araraquara, o piloto afirma que por conta da fila de aviões, nosso pouso atrasaria 25 minutos. Desânimo geral no vôo. Todos estão um pouco angustiados.

Passado esse tempo, somos liberados para pousar. O avião mergulha num mar de prédios. Chuva, pista curta, derrapagens e acidentes. É evidente o nervosismo dentro do avião. A aeronave toca o solo. Freada brusca... Como vocês podem perceber, deu tudo certo.

Sou recepcionado em São Paulo por uma chuva fina e 17 graus de temperatura. Para pegar o táxi no aeroporto, encontro uma fila de mais de 50 pessoas. Nada a fazer senão esperar. Já dentro do táxi, descubro que o motorista não sabe onde fica meu hotel. Por sorte, é o mesmo hotel que fiquei hospedado na ocasião da minha entrevista para a oportunidade em Manaus. Dei alguns pontos de referência e conseguimos chegar sem maiores problemas.

Agora já estou devidamente instalado. Esse hotel me traz boas lembranças. Espero que assim continue. O que me resta é cumprir todos meus compromissos e voltar para Manaus na 6a de noite. Vai dar tudo certo por aqui.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Encaixotado

Eu que pensei que o quarto de hotel seria uma ótima inspiração, acabei me enganando. Minha rotina em São José do Rio Preto tem sido basicamente acordar, ir para o congresso, voltar para o hotel, comer alguma coisa no quarto e estudar. Vou ficar devendo fotos e histórias sobre a cidade. Não conheci nada.

As preocupações tem me tirado um pouco da tranqüilidade, o tempo corrido faz com que não aproveite muito bem a viagem. A coisa mais diferente que fiz até agora foi jantar no Habib's ontem de noite com um colega que conheci no congresso.

Fiz bons contatos durante o evento e é possível que meu projeto seja continuado. Vamos ver como fica. Hoje de noite parto para São Paulo e tenho meu famigerado pouso em Congonhas. E com chuva!!! Vai dar tudo certo :-)

De resto só saudade...

domingo, 21 de outubro de 2007

Saxofone

Sou chato em relação a música. Poucos estilos me agradam, reclamo mesmo quando não gosto, mas não quero falar de um tipo de música. Quero falar de um instrumento: o saxofone. Me perdoem aqueles que gostam, mas eu detesto.

Durante minhas viagens acabo escutando muita música por conta do meu i-Pod e cheguei à conclusão que o saxofone é o terror do rock. Capaz de estragar tudo. Não gosto do saxofone das músicas do Pink Floyd, vide "Money" e "Us and them". Os stones também usam em várias músicas, principalmente nas ao vivo, e me provoca repulsa. Mas minha maior decepção hoje foi relembrar de uma versão de "Aumenta que isso aí é Rock 'n Roll" do Celso Blues Boy, gravada no disco "Indiana Blues" onde ele trocou o poderoso riff de guitarra por um maldito saxofone. Matou a música.

Já vou avisando: Na Zoada's Band não vai ter saxofone nunca!!!

Vocês querem Rock 'n Roll?

A Zoada's Band não acabou. Estamos indo aos trancos e barrancos mas com gás renovado. O que está matando são as viagens dos componentes do power trio. Agora temos mais uma pausa de um mês para depois retomarmos aos ensaios.

Pelo menos estamos começando a definir um repertório maior. Aí vão as músicas escolhidas até agora:

- Sunshine of your love (Cream);
- Messias pessoal (Cabaret);
- Hard to handle (Black Crowes version);
- Wicked game (Zoada's Band version);
- Cocaine (Eric Clapton);
- Somethin' else (Sex Pistols version);
- Dimension (Wolfmother);
- Ride on pony (Big Allanbik version);
- Louras geladas / Pode vir quente que estou fervendo / Hit the road, Jack (Zoada's Band version);

Estamos aceitando mais sugestões. Mas primeiro precisamos melhorar todas essas aí de cima.

Abaixo uma gravação de Cocaine (a melhorar):

São José do Rio Preto

Cheguei hoje cedo em São José do Rio Preto, cidade do oeste paulista. Ainda não deu para ver muita coisa. Saí do pequeno aeroporto e vim direto para o hotel. E aqui fiquei por todo o dia descansando da longa viagem. Amanhã começa o congresso. Minha apresentação é na 3a.

Congonhas

Hoje fiz minha primeira decolagem em Congonhas. O primeiro pouso foi mês passado quando voltei do mundial de judô no Rio. Na ocasião, fiquei espantado com a força da freada do avião. Entendo perfeitamente o acidente que ocorreu com o Airbus em Julho.

Desta vez, como cheguei um pouco antes do meu vôo sair, pude observar a pista com mais calma. Aquilo foi projetado para dar problema. É uma pistinha no alto de um platô cercado por prédios.

É tudo assustador. Não há espaço para erros e manobras de correção durante uma operação de pouso ou decolagem. Ainda tenho um pouso marcado para lá na quarta de noite :-(

Turnê

Ontem começou minha turnê mundial. Fiz umas contas rápidas e em menos de 30 dias, vão ser pelo menos 16 vôos. Alguns muito demorados, outros mais curtos. Até 13 horas de diferença de fuso horário. Estou parecendo estrela de Rock. Fiquem ligados, vou tentar manter tudo atualizado. Não existe nada mais inspirador do que a solidão de um quarto de hotel.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Umbigo

Todos temos um umbigo. Muitos não sabem para que serve e nem como usar. Ainda no útero de nossas mães, é por ele que somos alimentados, recebemos oxigênio, ele nos garante a vida. Contudo, ao nascermos, a primeira coisa que o médico faz é acabar com esse papel. O alimento agora vem pela boca, o oxigênio chega a nossos pulmões através de nosso nariz. À primeira vista ele não tem mais função. Ledo engano.

Aquele buraquinho que existe na barriga de cada um deveria ser levado mais a sério. Deveria ter sua importância reconhecida, infelizmente não tem na maioria das vezes.

Às vezes, a expressão "olhar para o próprio umbigo" tem significado egoísta, mas acho que podemos tirar apenas a parte boa dela. Olhar para o próprio umbigo com a intenção de procurar seu próprio bem, progredir, crescer por seus próprios meios. Meios legítimos. Meios lícitos.

Se cada um olhasse para seu próprio umbigo do modo correto, muitos problemas não existiriam. Cada um cuidando da sua própria vida, tentando fazer o melhor para si, sem prejudicar o próximo. Viveríamos num mundo melhor. Triste realidade.

Tenho que admitir: não é uma tarefa fácil. Somos humanos, não máquinas, temos sentimentos, emoções, não agimos exclusivamente com a razão. A inveja por vezes nos toma, ficamos passionais. Seres irracionais.

O equilíbrio é o segredo da coisa. Paixão e razão na razão certa. Olhar o próprio umbigo, sem prejudicar ninguém é um exercício de engrandecimento. Infelizmente está havendo uma desvalorização dessa cicatriz que trazemos desde nosso primeiro dia nesse planeta.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Pequeno burguês

Desde pequeno fui criado num ambiente esquerdista. No colégio, durante as aulas de história, "torcia" sempre para o lado oprimido. Na faculdade, acreditava que o socialismo era a salvação do mundo. Hoje nada disso me importa. Estou em busca da minha felicidade. Me auto-intitulo pequeno burguês.

Quando somos mais jovens, acreditamos num mundo mais justo, na bondade do homem, no amor ao próximo. Talvez porque seja essa a referência que temos dentro de casa. Quando ganhamos o mundo vemos que a história é outra. O "Eu" vem sempre em primeiro lugar, o lucro próprio é o objetivo principal. Os fins justificam os meios. Não compactuo com isso. Não sei fazer assim.

Geralmente me dou mal. Tenho tentado mudar um pouco isso. Não está sendo fácil. Pelo menos minhas convicções já são outras. Socialismo? Besteira. Só funciona para os outros. Você já viu alguém querer ser socialista com os próprios bens? O ser-humano é egoísta. Está na essência. Apesar de não parecer, somos criados para sermos assim.

Durante a ditadura militar muitos "companheiros" caíram em nome de uma luta para o povo. Hoje, aqueles que caíram são nossos líderes. Os frutos daquela revolução silenciada só estão sendo colhidos hoje em dia. Estão todos no poder, pilhando, sacando, roubando tudo o que podem. Parecem ratos. Parasitas!!! Cadê o socialismo? Só nos restam mensalões.

Como fico nisso tudo? Fico tentando criar condições mínimas para viver bem, com conforto, felicidade e honestidade. Egoísta? Sim, acabei de falar que todos somos. Mas e daí?

Quero fazer o certo, buscar minha felicidade sem prejudicar ninguém. E os problemas do mundo? Não estou muito aí para eles. Sou pequeno burguês.

O país do futuro

O Brasil sempre foi um país corrupto. Isso não é privilégio do governo do PT. Já vem de muito tempo, desde Dom João VI. Lula e sua trupe estão apenas escrevendo o último capítulo dessa história. História que infelizmente há de continuar por muito tempo.

Estamos todos cansados de CPI's e suas pizzas. Estamos cansados? Hoje o congresso mais investiga do que aprova leis. Se pelo menos essas investigações dessem em alguma coisa, tivessem algum fruto, mas é tanto rabo preso que o que resta é escolher o sabor no final.

Esse último episódio do caso Renan Calheiros faz parte dessa peça que vem sendo encenada em Brasília desde sua construção. Licença por 45 dias? Não, definitivamente não somos um país sério.

Tudo isso tem uma simples razão, uma única palavra para sumarizar: impunidade. Todos eles sabem que não correm perigo, fazem até "dancinha" para comemorar a absolvição de mais um acusado.

E o povo no meio disso tudo? Ahh, o povo está preocupado com a seleção, com o final da novela, com o natal chegando, com o carnaval... tendo comida na mesa, vale tudo. Pode aprontar. Panis et circenses.

É por essas e outras que acredito piamente que o Brasil é o país do futuro. Minha única dúvida é: quando o futuro vai chegar?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Com uma ajudinha dos meus amigos

Estou começando a ficar preocupado. Cada vez mais concordo com o que o Diogo Mainardi diz. Dessa vez o tema não é política. É um assunto que domino muito bem: música. Mais particularmente sobre Beatles.

Em um desses finais de semana, durante o Manhattan Connection, surgiu a velha discussão sobre a popularidade dos Besouros. Comentavam que o grupo se tornou tão popular que era o que tinha mais músicas tocadas e gravadas por outros artistas. Acho que isso é de comum acordo entre todos. Eu sou daqueles que acredita que os Fab Four são mais populares que Jesus Cristo. A polêmica veio depois. Quando discutiam sobre as versões, Mainardi afirmou que qualquer cover dos Beatles ficava muito aquém da música original. Neste momento veio a bomba. A Lúcia Guimarães afirmou que poderia fornecer um CD com 100 covers de músicas da banda com o mesmo nível ou melhores que as originais.

Fiz uma análise rápida para confirmar tal afirmativa e descobri que estou mais para o Diogo do que para a Lúcia. Consegui apenas lembrar de três versões que se encaixariam no perfil de "mesmo nível ou melhores". Uma delas é "With a little help from my friends" gravada pelo Joe Cocker, a segunda é "While my guitar gently weeps" com Jeff Healey e a outra é uma versão obscura de "I'm the walrus" tocada por um pianista maluco no filme "O hotel de um milhão de dólares". De resto não consegui lembrar de mais nenhuma.

Sempre que alguém grava Beatles corre muitos riscos. Se fizer uma versão parecida, por melhor que seja, vai ficar pior. Se tentar fazer alguma coisa diferente, a probabilidade de sair alguma coisa ruim é muito grande.

Bem, preciso de uma ajudinha dos meus amigos para tentar lembrar de mais alguma versão. Mas mesmo com toda a ajuda, ainda fico com o Mainardi. Mais uma vez...

Comemoração

Como muitos de vocês devem saber, ontem foi meu aniversário. Coloquei duas fotos da festa que a minha "priminha" Clarice (de vermelho) me mandou.



terça-feira, 9 de outubro de 2007

Música, dignidade e morte

A morte dignifica o músico. Afirmo isso por vários motivos. Vou enumerá-los: (1o) a saudade que fica faz com que só lembremos das coisas boas, (2o) a pessoa morta deixa de fazer besteira, (3o) cria-se um mito. É possível mostrar exemplos da dignidade que a morte traz.

John Lennon. Alguém tem dúvida de que se ele estivesse vivo hoje, estaria fazendo um monte de coisa ruim? No final de sua vida, sua arte já não era a mesma. Aliado com sua esposa, a mesma que destruiu os Beatles, suas atitudes eram sem sentido, suas músicas pobres. Morreu, virou mito. Não teve tempo suficiente para estragar o que já havia feito de espetacular na sua carreira.

Outro exemplo inglês é Freddy Mercury. Se estivesse vivo, teria roubado o título de Little Richard e se tornaria a Rainha do Rock. Até aí nenhum problema. Problema seria que, totalmente desvairado, iria virar um Elton John e começaria a escrever músicas em homenagem à Lady Di e outras "celebridades" do mesmo nível.

O que seria Jimi Hendrix? Estaria experimentando tanta coisa na sua guitarra, que, a essa altura, já teria até gravado um disco de música eletrônica. Para nossa sorte, ficou apenas o cara que "inventou" a guitarra.

No Brasil posso citar Cazuza e Renato Russo. O primeiro, um louco transviado, foi um grande poeta, cantor de rock de voz rasgada. Se ainda estivesse entre nós, seria um bêbado drogado tentando aparecer a todo custo, falando coisas já sem sentido. Vivendo do passado. A morte salvou sua história. Já Renato Russo seria um compositor romântico, quase do nível dos bregas atuais. Não veríamos mais discursos políticos e letras de qualidade nas suas composições. A dama de preto o levou embora na hora certa.

E imaginem Raulzito! Ele foi parceiro do Paulo Coelho. Precisa falar mais alguma coisa? Alguém dúvida que ele seria mais um mago? Faria as trilhas sonora para os livros do parceiro. Ainda bem que ele ficou na sociedade alternativa.

Falei apenas dos mortos, agora quero falar daqueles que sobreviveram e estão arruinando tudo que fizeram no passado. Tia Rita Lee cai como uma luva nesta parte do texto. Quanta sorte seria se sua fama ficasse restrita à de vocalista do mutantes? Ou até de líder da banda Tutti-Frutti? Pois é. Apesar de todas as drogas, viagens e etc, ela continua por aí viva, abrindo a boca e falando besteira, gravando discos que nem de perto lembram o auge da sua carreira. Se tivesse uma morte digna por overdose, teria virado a maior cantora do Brasil.

E o Rei? Bons tempos em que ele era Rock 'n Roll. Agora virou cantor de rádio FM popular. Se tivesse morrido, teria se tornado deus.

Posso falar de muitos outros: Caetano, Celso Blues Boy, Stevie Tyler, Axl Rose... Infelizmente todos vivos.

E aí? Alguém quer se candidatar à eternidade?

domingo, 7 de outubro de 2007

Sobre o tempo

9 de outubro. Pessoas ilustres nasceram junto comigo. John Lennon é uma delas. Até música ele compôs para mim (Birthday) . Pois é, estarei ficando mais velho (mas não envelhecendo). Estarei abrindo mão dos meus vinte e poucos anos.

Como diria Peter Townshend e Cia: "I Hope I die before I get old".

Sobre a inspiração

Tenho andado sem tempo. Por quê? Muitos motivos. A casa está cheia, meu finais de semana não são mais solitários, tenho estudado coisas diversas, treinamentos diários, trabalho está pegando...

Infelizmente isso acaba afetando a minha produtividade aqui. Os textos estão escassos e pobres. Pedi um tempo mas alguns (poucos) leitores andaram reclamando. Preciso me forçar mais a escrever. Eu gosto.

No começo serviu para mandar notícias e fotos para os amigos distantes, depois serviu como uma válvula de escape, agora tem sido por prazer. Só preciso arrumar um tempinho.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Auto-Crítica

Tenho escrito mal. Estou perdendo bons temas porque quero escrever a todo custo. Não deixa de ser um exercício escrever sempre, mas o resultado não está a contento. As idéias têm sido boas mas os textos não estão claros, os detalhes têm passado despercebidos. O resultado final não está sendo bom.

Não fico feliz apenas escrevendo sobre bons temas. Quero escrever bem, escolher as palavras certas, expressar o que penso e sinto sobre o assunto. Não estou atingindo meu objetivo.

De agora em diante vou diminuir a freqüência das publicações. Escreverei, revisarei, corrigirei e apenas será divulgado quando eu achar que o resultado está satisfatório. Quero pedir paciência e compreensão aos meus poucos leitores.

Os textos sairão. Peço um pouco de paciência.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Polícia para quem precisa

Esse final de semana tive contato com alguns tipos de polícia. Umas "fictícias" e outra real. Assisti ao filme Tropa de Elite. Acho que todo mundo sabe sobre o filme, já que sua fama explodiu depois do caso de pirataria. Ele ainda não foi lançado no cinema. Seu sucesso cinematográfico está condicionado a novidades na nova versão que vai às telonas em breve. Se for exatamente o mesmo (ou com poucas modificações) será um fracasso porque a maior parte do público já assistiu em DVD.

Mas meu assunto aqui não é o filme, são as polícias que aparecem no filme. Sim, existe mais de uma lá: a PM "comum" do Rio e o BOPE. A polícia militar "comum" do Rio é aquela que não está muito preocupada com a população. Quer saber de conseguir o seu "extra" sempre que possível, seja extorquindo o comerciante, o traficante, o anotador do jogo do bicho. Uma polícia corrupta. Se você não fizer nada que atinja seus interesses, nada farão contra você. Porém, caso atravesse ou atrapalhe um de seus negócios, pode contar que sua vida se tornará um inferno.
Do outro lado aparece o BOPE, uma polícia honesta que tem como missão agir na guerra urbana que toma conta do Rio atualmente. A missão pode até ser nobre, mas será que os métodos são corretos? A guerra tem poucas regras, o BOPE não segue muitas delas. Seria uma maneira de manter o respeito entre os inimigos? Talvez. Eu não vivo aquela realidade. Não sei se me sentiria ameaçado pela presença dos homens de preto se morasse numa favela.

Por último, quero falar da experiência do contato com uma polícia da minha realidade. Fui parado numa blitz. Documentação certa, nada de errado com o veículo. Nenhum problema. Liberado. Mas e se tivesse? Seria multado? O carro seria rebocado? Acho difícil. O PM ladrão de galinhas que me parou provavelmente iria aceitar 10 reais para fazer vista grossa e me deixar seguir em paz. Essa é a polícia que tenho contato na condição de classe média que sou. A polícia que não está aqui para proteger a população, que não poria sua vida em risco pelo salário que ganha. É a polícia que está tentando tirar algum a mais para viver com um pouco mais de conforto.

Acho que todas essas polícias são um pequeno retrato da sociedade em que vivemos. A coisa anda feia por aqui...