sábado, 17 de novembro de 2007

Investindo em conhecimento

Os modelos econômicos vem mudando durante a História. Antigamente ter terras significava dinheiro, o maior bem produzido era a matéria-prima. Em seguida, descobriu-se que se essa matéria-prima fosse trabalhada, poderia se agregar valor e aumentar os lucros. Veio então a manufatura. Henry Ford percebeu que a manufatura já não era boa o suficiente e a otimizou, criando a linha de produção. Por décadas, países se desenvolveram com instalações fabris. Durante esse tempo, esse modelo era referência, mas as coisas já mudaram. Vocês não perceberam? Pois os coreanos sim.

Na minha época de colégio, quando o mundo era dividido em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, lembro claramente que a Coréia, bem como o Brasil, pertenciam ao segundo grupo. No decorrer dos tempos, a Coréia passou a fazer parte do grupo então chamado Tigres Asiáticos. Hoje a Coréia é um país de primeiro mundo e nós continuamos em desenvolvimento.

Pode parecer algo muito complicado de se explicar, mas no entanto não é. Na verdade é bem simples. A palavra chave é investimento. Mas no Brasil não houve investimento? Lógico que houve, talvez até mais que na Coréia, mas na área errada. Enquanto na terra tupiniquim acreditava-se (e ainda se acredita) que fábrica é sinal de desenvolvimento, a Coréia passou a investir em conhecimento.

Rios de dinheiros foram direcionados para pesquisa e desenvolvimento, investiram em capital humano, em educação. Hoje a realidade é um salto impressionante na quantidade de artigos científicos publicados e na entrada de pedidos de patentes em órgãos do mundo todo. Fui testemunha ocular do reflexo dessas ações. Fui testemunha ocular do estado desenvolvido de uma nação.

A Coréia conseguiu atingir esse desenvolvimento preservando toda as suas raízes culturais. Do ponto de vista social é muito mais desenvolvida do que muito país europeu. Não se vê pobreza, não há problema com violência, transporte público de qualidade, povo bem educado e dinheiro, muito dinheiro...

E enquanto isso no Brasil, os estados brigam para trazer mais uma fábrica, para empregar um punhado de trabalhador, sempre uma solução paleativa.

Mas como podemos investir em conhecimento se nosso líder máximo é uma referência de ignorância. Quando um líder sindical vai privilegiar conhecimento em detrimento a fábricas? Seremos sempre quintal dos outros. Seremos sempre uma Malásia, uma China sub-desenvolvidas. E seremos felizes assim :-)

2 comentários:

Rocha disse...

Vou migrar para a Coreia, porra tu falou tão bem!

Ogro disse...

Cara, o lance da Coréia foi uma tacada de mestre, um tanto maquiavélica.
O governo pegou a grana dos investidores externos (leia-se USA) e aparelhou um novo sistema educacional. Somente os joves de 5 anos de aidade poderiam ingressar no novo sistema. Ou seja, o sistema educacional novo foi só para a nova geração, o resto que se danasse no sistema velho. o fato é que deu certo. Em 15 anos o país estava "limpo" educacionalmente.