quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ensaio sobre a preguiça

Sim! sou preguiçoso. Até hoje não percebi nenhum benefício nisso. Tento mudar, mas não consigo. É muito mais forte que eu. Por ser preguiçoso, tudo para mim é mais difícil. Tenho sempre uma barreira a mais para superar. Para ilustrar isso, gostaria de mostrar exemplos da minha vida.

Se estou com fome em casa e não tem nada pronto para comer, tento enganar o estômago com um copo de mate. Na falta deste, utilizo água. Não é tão eficaz, mas surte algum efeito. Você poderia me perguntar porque não preparo alguma coisa para comer. Aí que está o problema. Preparar alguma coisa é uma ação "ativa". É necessário uma iniciativa muito grande para vencer a inércia inicial chamada preguiça.

A preguiça é como o atrito. Para colocar um corpo em movimento é preciso vencer o atrito estático. Uma vez vencido esse obstáculo, e com o corpo já em movimento, um novo adversário a esse movimento surge, o atrito dinâmico. Apesar de presente, este atrito é mais facilmente vencido, e assim o corpo segue. A analogia com a preguiça é muito boa. Vencer a preguiça inicial é a maior barreira. Mas não pense você que superado isso, todos os problemas estão resolvidos. Ainda existirá sempre uma preguiça, por menor que seja, te fazendo tentar parar e voltar ao ponto morto.

Talvez esteja enganado. A preguiça pode ter algum benefício. No meu caso, como mostrado acima, deixo de comer por preguiça de preparar alguma coisa. Isso me leva a um regime forçado. A conseqüência é um corpo esguio. Nada mau.

Humm... pensando bem, essa tal de preguiça é uma vilã cruel e malvada. Pode destruir muitas coisas, inclusive relacionamentos. Imagine a situação em que você se encontra afundado na cama ou no sofá num domingo ordinário e sua gatinha te chama para um programa tipo um barzinho ou um cinema. Tenho certeza que a priori todos topariam. Mas não basta querer. É preciso agir. Pronto!!! É nesse momento que tudo pode estar perdido, simplesmente por causa de uma palavra de oito letras: PREGUIÇA. Essa maldita pode te fazer negar um pedido desses e é aí que a briga começa. A paz de domingo vai para o espaço.

E o famoso problema do copo d'água? Mais uma vez o cenário e os personagens são os mesmos do caso anterior. Você e sua gatinha jogados no sofá ou na cama em um domingo de tarde ensolarado. Nada mais normal do que os dois sentirem sede. A solução seria simples se a preguiça não estivesse contida em ambos. Como está, quem se levantará para buscar água? Quais os argumentos para convencer o outro? Não sei, mas isso também me cheira a um bom motivo para uma briga...

Todos esses casos e motivos que mostrei aqui podem parecer exagero meu, um preguiçoso inveterado. Mas tenho certeza que uma situação atinge até o mais elétrico dos seres humanos. Despertador segunda-feira de manhã cedo. Atire a primeira pedra quem nunca pensou em jogar tudo para o alto e se entregar aos prazeres da preguiça nessa situação.

Os preguiçosos têm até um lema: "Não faça agora o que você pode fazer depois." Sou um fiel seguidor disso.

Enfim, a preguiça pode ser o mal do terceiro milênio, já que as mordomias tecnológicas vão substituir cada vez mais o trabalho humano. Eu, como um cara antenado, já me antecipei e já venho sofrendo disso há anos.

4 comentários:

Rocha disse...

Muito boa! cômico ler esses ensaios e mostra que a cada deia nasce um escritor dentro desse corpo possuido pelo espirito da preguiça! hah aha ha ah

abraços desse seu amigo

alem mar!

Anônimo disse...

E, eu não sei que você é preguiçoso, meu filhote.
Mas eu te amo, filhotinho.
Beijos
Sua mãe

Ogro disse...

Novamente aquela dúvida essencialmente existencial vem à mente: quem gosta menos de trabalhar? Eu, você ou o Danzo?

Anônimo disse...

Vc disse tudo agora...
Mas não pense que vc é o único a usufruir dessa tal preguiça, pois todos os dias qdo o meu despertado toca, penso em qual desculpa posso dar para não ir trabalhar rsrsrs. É meu bem, nada melhor do que acordar e voltar a dormir de novo ; )
Maneiro o texto!
Beijos