segunda-feira, 24 de março de 2008

Pra rapaziada esperta

Sou um cara pouco sentimental. Na verdade, meu sentimentalismo é quase nulo, mas há algumas coisas que me fazem ficar emocionado. Na maioria das vezes está relacionado à música. E podem ser emoções distintas.

O som de uma guitarra me acerta o cérebro de uma maneira diferente e me traz uma sensação muito boa, difícil de explicar. Assistir a Echoes no DVD Live at Pompeii do Pink Floyd me faz sorrir. Um filme com uma trilha sonora clássica, como em "Quase Famosos", me deixa saudosista. A única coisa em comum a todas elas é que fico realmente emocionado.

Por que estou falando dessa emotividade toda? Porque recentemente assisti ao DVD do show do Barão Vermelho no Rock in Rio de 1985 e me emocionei. Assistir à maior banda de rock do Brasil de todos os tempos em plena forma é uma experiência obrigatória para todos aqueles que apreciam o bom e velho rock 'n roll. Cazuza, Frejat, Guto, Dé e Maurício estão com fôlego total e soltam vários petardos de clássicos da até então curta carreira da banda, para uma multidão, em plena luz do dia.


Cazuza, particularmente, está inspirado, com a corda toda. Já entra no palco berrando, rasgando a voz, arrebenta durante a uma hora de apresentação e termina o show desejando que o dia "amanheça lindo" para aquela "rapaziada esperta". Nada é por acaso. Naquele dia foi eleito, de forma indireta, o primeiro presidente brasileiro não militar depois de mais de 20 anos.

Frejat, com uma pegada bem rock 'n roll, já se mostra um grande guitarrista, um guitarrista de alma (fato que mudou com o tempo). O resto da banda, com Guto Goffi na bateria, Dé no baixo e Maurício Barros no teclado é uma ótima cozinha para os astros brilharem.

Ainda tem o destaque do saxofonista convidado, Zé Luis, que faz uma participação especial. Com um figurino totalmente anos 80, ele não acredita no que está acontecendo e fica totalmente empolgado, o que enriquece bastante sua apresentação e sua performance no palco.

Com todos esses ingredientes, é fácil deixar a emoção tomar conta e misturar um pouco de tristeza por não poder estar lá pela pouca idade na época, com o prazer de assistir a um show de rock de verdade. Show para a história.

Um comentário:

Ogro disse...

Cara, esse show foi um dos maiores momentos da história da música brasileira.
Assim como você, não pude ir por conta da pouca idade. 13 anos na época fui proibido por minha mãe, e mesmo que decidisse desobedecer, não tinha dinheiro para um ingresso sequer. Perdi esse, mas acabei presenciando outros momentos históricos. E sobre o Barão, não acho que tenha sido a melhor banda de rock do Brasil, mas durante muito tempo foi a única.