domingo, 30 de setembro de 2007

Festa na floresta

Nesse final de semana rolou em Manaus a FUM (Festival de Música Universitária). Como o próprio nome diz é um festival entre bandas universitárias. Duas atrações nacionais foram convidadas: Zeca Baleiro e Lobão. Logicamente não vou perder tempo falando das bandas universitárias. Não assisti nenhuma e também não sei quais foram as vencedoras. Para a maioria, posso parecer mente fechada, mas para aqueles que conhecem as bandas de Manaus sabem que não tem nenhuma que me faça chegar mais cedo para assistir. Por isso cheguei poucos minutos antes do show do Zeca.

Já falei anteriormente aqui no blog sobre o últime cd do Zeca gravado na turnê do disco Baladas do Asfalto e Outros Blues. Muito bom. Ótimo repertório. Mas não foi esse show que vimos. Manaus não é um lugar fácil para trazer shows. Para começar, a única maneira de se chegar é de avião e não é muito viável fazer turnês pela região Norte. Além disso, o público só conhece o que há de mais pop. Bons artistas com pouca mídia seriam um fracasso de público. Logo, nenhum produtor traz. O fato é que Zeca Baleiro veio, mas sem a banda completa. Estava acompanhado apenas por um baixista e um guitarrista. Isso limitou demais o repertório e os arranjos. De qualquer maneira o show foi legal. O Zeca é um cara muito simpático e tem ótimas músicas. O público presente apreciou bastante.

Para fechar a noite Lobão MTV. O MTV não é uma referência ao disco acústico que ele acabou de lançar pela MTV e apresentou aqui, mas sim uma crítica ao novo Lobão que estamos vendo. Apresentador de programa para adolescente idiota e com CD e DVD lançados por umas das maiores recebedoras de jabá do mundo: a Music Television. O cara anda muito mudado. Repertório pop que fez a alegria da moçada. Até o cover de Raul Seixas escolhido foi pop (Gîta). Para quem já viu o cara na Fundição Progresso gritando "Pau no cu de Deus!" e tocando O Diabo é o Pai do Rock do Raulzito, o show foi bem abaixo da expectativa. Sem falar no som horrível. Agudo demais para o público e com retorno ruim para os músicos. O Lobão crítico, que fala o que pensa, tinha prato cheio de assunto com tanta bandalha na política, mas preferiu fazer uma breve "homenagem" à ANAC (com um discurso pronto) e mais nada. Foi corrompido. It's all about the money. De resto, foi mais uma festa na floresta.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Deus

Uns dizem que Deus é brasileiro, outros dizem que Ele nem existe. Eu tenho uma terceira opinião. Para mim, Deus é inglês e atende pelo nome de Eric Clapton.

Coloquei meus cd's do Slow Hand no iPod e voltei a ouvir incessantemente. Os discos que não escutava há muito tempo têm me feito cada vez mais acreditar na presença divina entre nós. Deus fala com as mãos, usa uma Fender Stratocaster pra expressar suas palavras. Ultimamente tenho sido um fiel fervoroso.

Tive a oportunidade de ver Deus diante dos meus olhos no Rio de Janeiro. Na Praça da Apoteose, Eric Clapton desafiou Cristo, tocando de frente para a estátua do Corcovado. Estava mostrando quem era o Todo Poderoso.


Para quem quiser mais informação sobre vida e obra de Sir Eric Clapton clique (aqui).

sábado, 22 de setembro de 2007

Marketing

Acho que este blog está com muito texto. Preciso colocar mais algumas fotos :-)

Literatura, analfabetismo e referências

Queria aproveitar o gancho do post anterior e falar sobre literatura e "analfabetismo".

Dizem que escrevo bem. Será? Talvez sim, mas acho que levo alguma vantagem devido às referências. Além disso, o fato de ser um contínuo leitor me faz evoluir sempre como escritor (que prepotência!). Como diria Eistein: "é 90% transpiração e 10% inspiração."

Com o advento da internet, dos programas de bate papo, dos e-mails, é possível perceber como a maioria não sabe escrever. É uma triste constatação, já que quem tem acesso à internet nesse país, geralmente tem acesso ao estudo. E-mails e chats são fontes inesgotáveis de erros, mesmo desconsiderando todas as simplificações e grafias utilizadas neste novo tipo de meio de comunicação.

Trabalho num ambiente onde a maioria tem 3o grau. Uma das minhas maiores diversões (e também de um amigo meu) é ficar corrigindo textos de colegas e criando erratas. É inadmissível que pessoas com curso superior completo escrevam textos "ricos" em erros de português (e o pior é que ainda fazem uso de corretores ortográficos).

Aí eu me pergunto: O analfabeto é aquele que não sabe escrever o próprio nome, aquele que lê um texto e não entende seu conteúdo ou aquele que não domina a própria língua?

Ignorância literária

Muitas pessoas que acessam o blog vêem só as fotos, não param para ler os textos. Modestamente admito que várias fotos são bem legais, mas o melhor, na minha opinião, são os textos. A maioria não descobre isso. Esse fato me faz lembrar o filme "Cidade de Deus", em que o Zé Pequeno manda seus comparsas lerem notícias a seu respeito no jornal. Ele pergunta para um deles: "Sabe lê, rapá?"; e o cara responde: "Sei lê só as figuras."

Existe um ditado que diz: "Uma nação é feita de homens e livros". O povo brasileiro é analfabeto. Aqui, ou as pessoas não sabem ler ou têm preguiça. Talvez a culpa não seja exclusivamente delas. Durante toda sua formação, curta ou não, o aluno é encorajado a não ler. Você consegue imaginar uma criança de 12 anos ler Machado de Assis e achar maravilhoso? Vou ser mais realista, você consegue imaginar uma criança de 12 anos ler Machado de Assis e entender? Tenho que admitir, para uma criança de 12 anos, Machado de Assis é um saco. E assim vão se formando milhões de estudantes no Brasil. Estudantes que criam barreiras à leitura. E não é só Machado de Assis, ainda tem Graciliano Ramos, Eça de Queiroz, José de Alencar, entre outros. É ou não é traumático? Eu tive sorte, fui apresentado a escritores ótimos e de mais fácil "acesso": Ariano Suassuna, Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta, etc. Hoje sou um leitor inveterado. Criei gosto pela leitura. Tem sempre um livro na minha cabeceira sendo lido. Alguns vão mais rápidos, outros demoram um pouco mais. Varia conforme meu interesse, a facilidade do texto e tempo disponível. E assim, no final de um ano, pelo menos 10 livros são lidos. Concordo que não é uma marca notável, mas já está bem acima da média.

Posso querer parecer intelectual com isso, mas não é bem assim. Nem todos os livros que leio são obras densas, de conteúdo difícil. Na verdade, a maioria não é. Estou lendo um livro de João Ubaldo Ribeiro, A Casa dos Budas Ditosos. O título pode assustar, mas trata-se do relato da vida sexual deu uma senhora de 70 anos. Anteriormente li A Elite da Tropa e um do Diogo Mainardi. É alguma coisa do outro mundo? É bem verdade que já li livros mais pesados, tipo Gabriel Garcia Marques (em espanhol), Memórias do Cárcere (Graciliano Ramos), Mauá - Empresário do Império, mas também já li O Senhor dos Anéis e o Código da Vinci. Um dos meus escritores favoritos é Rubem Fonseca. Para quem não conhece, escreve romances e contos simples e com muita qualidade.

Existe livro para todo tipo de gosto. Desde Bruna Surfistinha a Luis de Camões. Ler é um hábito. Por que você não dá um passo à frente e muda um pouco sua cabeça? Comece agora. Se precisar de sugestões, tenho um monte.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

De volta em preto

Voltei a Manaus. Tenho tentado tornar isso uma coisa boa, mas não é nada fácil. Dessa vez, para piorar, desembarquei doente. Não fui trabalhar e fiquei o dia todo em casa. Não sei se isso é bom ou ruim. No trabalho as coisas andam as piores possíveis e em casa o tempo passa devagar. O tempo passar devagar é a coisa que menos quero nos próximos dias. Para ser sincero, quero que o tempo voe. Em 10 dias ela estará aqui comigo.

Aqui em casa está tudo vazio. Os quartos, a geladeira, eu... Preciso fazer compras. Só não sei o que comprar. Amigo vende no supermercado? E felicidade? Tem no shopping? Pelo visto, o que me resta é esperar. 10 dias devem passar rápido. Devem? Talvez. Acho que tudo vai depender de mim, de como ocupar minha mente. Acho que sou capaz, se a ansiedade não atrapalhar muito.

Mas primeiro preciso me curar, ficar preparado pra suportar tudo que vou ter que encarar sozinho até semana que vem. Agora vou dormir para acordar mais forte amanhã.

Idéias, fatos e citações

Quando esse blog nasceu, a idéia era utilizá-lo para mandar notícias aos amigos e familiares que estão longe. Fotos e relatos eram o foco principal. Com o passar do tempo, comecei a sentir necessidade de colocar algumas idéias no "papel". Queria escrever música mas não tenho talento para isso. Nunca saiu nada. Então resolvi começar a escrever alguns textos. Tenho recebido alguns elogios, outros são mais críticos. Acho legal. Na verdade, eu escrevo porque preciso, mas fico feliz quando recebo comentários, seja bom ou ruim. Nunca pensei em fazer isso, mas me faz muito bem. Os relatos estão diminuindo e as idéias aparecendo. Cada vez mais gosto do blog.

Eu tenho muitas idéias para colocar aqui. Geralmente nascem quando estou na rua, longe do computador. É uma pena, acabo perdendo coisas boas. Mas o que sobra, às vezes dá para o gasto. Têm alguns posts que me orgulho muito, outros nem tanto. Não se pode ganhar todas...

Tenho poucos leitores assíduos, na verdade, acho que só um. Sempre que coloco um post novo, ele é o primeiro a comentar. Vocês devem se perguntar: "mas só um?". Não tem problema, isso já me basta. Ainda tenho uns 4 ou 5 leitores que acessam o blog com alguma freqüência, lêem tudo, comentam e criticam. Uma das maiores críticas é eu não colocar as referências aos poemas e músicas que aparecem aqui. A idéia é justamente essa. Quero fazer citações aos entendidos, aos que conhecem aquilo, que entendem o porquê disso tudo. Àqueles que não conhecem, uma simples busca na internet resolve tudo. É importante deixar claro que, como disse acima, não tenho talento para a música, tão pouco para a poesia. Ao menos que seja explicitado que a obra é minha, tudo vem de coisas que conheço e que fazem parte daquilo que gosto.

Quero continuar a escrever, colocar as idéias aqui. Espero que gostem. Não sei se é muita ousadia minha, mas quem sabe num futuro bem distante eu possa juntar as melhores partes e escrever um livro. São apenas idéias...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Caminho suave

Como a maioria de vocês deve saber, sou judoca. Há 8 anos pratico o esporte, os 5 primeiros no Rio e os últimos 3 em Manaus. Sou um apaixonado pelo esporte. Assisto tudo, me envolvo com competições e clínicas. Sempre que rola alguma coisa aqui em Manaus, estou dentro. Dependendo do tamanho do evento, sou capaz de viajar para assistir. Assim foi com os Jogos Pan-americanos e agora com o Mundial, ambos no Rio. Acabo de voltar do último. A competição envolveu em torno de 800 atletas e mais de 130 países. Muita coisa boa.

No 1o dia assiti a duas medalhas brasileiras: um bronze com o João Gabriel Schlitter e um ouro com o Luciano Corrêa. Medalhas eram esperadas para esse dia, já que o Luciano havia sido bronze no último mundial, e assim aconteceu...

No dia seguinte era dia de assistir a dois vice-campeões olímpicos, Carlos Honorato e Tiago Camilo. O primeiro notadamente fora de forma, havia ganho a vaga através de uma manobra política, e por causa de um pouco de sorte (seu maior adversário nas seletivas brasileiras, Hugo Pessanha, se machucou). Totalmente despreparado, deu no que deu. Perdeu na primeira luta e não voltou mais. Já Tiago Camilo arrebentou. Ganhou as sete lutas por ippon, todos muito rápido. Se fosse futebol, teria sido uma sonora goleada. Delírio total da galera.

No terceiro dia era a vez de ver um campeão mundial (João Derly) e um medalhista olímpico (Leandro Guilheiro). Leandro é quase tão talentoso quanto o Tiago mas falta atitude de campeão. Parece lutar sem vontade. Resultado: caiu fora rápido. João Derly foi bi-campeão mundial com um judô muito eficiente. Que venham os jogos olímpicos.

No último dia, nenhuma surpresa. Os brasileiros não eram favoritos e foram mal. No máximo um 5o lugar do Daniel Hernandes na categoria absoluto.

As mulheres foram um vexame total. Depois de toda festa dos jogos Pan-americanos, onde pegaram atletas muito fracas, o mundial veio para pôr-las de volta à realidade. Não teve capuz sobre a cabeça da Edinanci, não teve comemoração histérica da técnica Rosecléia. Técnica é maneira de dizer. Lamentável... ela ao lado do Shinohara (técnico da seleção masculina) parece brincadeira de mau gosto, tamanha incompetência. Deveriam criar a função de animadora de atleta. Talvez se saísse melhor.

Por último gostaria de falar do Japão. Potência máxima do judô, sempre vai com grande número de torcedores para as competições, e dessa vez não foi diferente. Torcida animada e educada. Um barato. No dojô, o judô só apareceu no último dia, quando ganharam 3 medalhas de ouro. De qualquer forma, sempre mostram um judô clássico, de grandes golpes.

Tirei poucas fotos. As melhores eu coloquei aqui em baixo.







quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ensaio sobre a preguiça

Sim! sou preguiçoso. Até hoje não percebi nenhum benefício nisso. Tento mudar, mas não consigo. É muito mais forte que eu. Por ser preguiçoso, tudo para mim é mais difícil. Tenho sempre uma barreira a mais para superar. Para ilustrar isso, gostaria de mostrar exemplos da minha vida.

Se estou com fome em casa e não tem nada pronto para comer, tento enganar o estômago com um copo de mate. Na falta deste, utilizo água. Não é tão eficaz, mas surte algum efeito. Você poderia me perguntar porque não preparo alguma coisa para comer. Aí que está o problema. Preparar alguma coisa é uma ação "ativa". É necessário uma iniciativa muito grande para vencer a inércia inicial chamada preguiça.

A preguiça é como o atrito. Para colocar um corpo em movimento é preciso vencer o atrito estático. Uma vez vencido esse obstáculo, e com o corpo já em movimento, um novo adversário a esse movimento surge, o atrito dinâmico. Apesar de presente, este atrito é mais facilmente vencido, e assim o corpo segue. A analogia com a preguiça é muito boa. Vencer a preguiça inicial é a maior barreira. Mas não pense você que superado isso, todos os problemas estão resolvidos. Ainda existirá sempre uma preguiça, por menor que seja, te fazendo tentar parar e voltar ao ponto morto.

Talvez esteja enganado. A preguiça pode ter algum benefício. No meu caso, como mostrado acima, deixo de comer por preguiça de preparar alguma coisa. Isso me leva a um regime forçado. A conseqüência é um corpo esguio. Nada mau.

Humm... pensando bem, essa tal de preguiça é uma vilã cruel e malvada. Pode destruir muitas coisas, inclusive relacionamentos. Imagine a situação em que você se encontra afundado na cama ou no sofá num domingo ordinário e sua gatinha te chama para um programa tipo um barzinho ou um cinema. Tenho certeza que a priori todos topariam. Mas não basta querer. É preciso agir. Pronto!!! É nesse momento que tudo pode estar perdido, simplesmente por causa de uma palavra de oito letras: PREGUIÇA. Essa maldita pode te fazer negar um pedido desses e é aí que a briga começa. A paz de domingo vai para o espaço.

E o famoso problema do copo d'água? Mais uma vez o cenário e os personagens são os mesmos do caso anterior. Você e sua gatinha jogados no sofá ou na cama em um domingo de tarde ensolarado. Nada mais normal do que os dois sentirem sede. A solução seria simples se a preguiça não estivesse contida em ambos. Como está, quem se levantará para buscar água? Quais os argumentos para convencer o outro? Não sei, mas isso também me cheira a um bom motivo para uma briga...

Todos esses casos e motivos que mostrei aqui podem parecer exagero meu, um preguiçoso inveterado. Mas tenho certeza que uma situação atinge até o mais elétrico dos seres humanos. Despertador segunda-feira de manhã cedo. Atire a primeira pedra quem nunca pensou em jogar tudo para o alto e se entregar aos prazeres da preguiça nessa situação.

Os preguiçosos têm até um lema: "Não faça agora o que você pode fazer depois." Sou um fiel seguidor disso.

Enfim, a preguiça pode ser o mal do terceiro milênio, já que as mordomias tecnológicas vão substituir cada vez mais o trabalho humano. Eu, como um cara antenado, já me antecipei e já venho sofrendo disso há anos.

Ensaio de idéias

Depois que escrevi o "Ensaio sobre a pobreza", várias idéias surgiram na minha mente sobre outros temas que dariam bons ensaios. É um pouco pretensão chamar essa exposição de idéias de "ensaio", mas não me importo. É assim que chamarei essa série de pensamentos que colocarei aqui.

Normalmente os temas serão coisas que interferem na minha vida de alguma forma, seja positiva, seja negativamente. Aceito sugestões.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Amor

Leve como leve pluma
Muito leve leve pousa
Muito leve leve pousa

Na simples e suave coisa
suave coisa nenhuma
suave coisa nenhuma

Sombra, silêncio ou espuma
Nuvem azul que arrefece

Simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Que em mim amadurece

Diversão e arte

Tenho tido bastante tempo livre nos últimos dias (ainda bem :-)). Fui ao shopping e comprei alguns cd's e um livro. Quando criei esse blog, tinha a idéia de falar um pouco sobre os sons e livros que ando ouvindo e lendo. Deixei de comentar sobre algumas coisas boas como o livro do Diogo Mainardi (A Tapas e Pontapés). Apesar de não concordar com grande parte de suas idéias, existem coisas bem interessantes, sem falar no deboche e escracho com que ele trata esse país.

Cabaret foi uma banda muito boa que surgiu no Rio e que resgata o mais puro Rock 'n Roll. Essa opinião não é só minha ((http://babadoogro.blogspot.com/2007/06/o-palco-pouco.html)) Além deles, tem o belíssimo disco que Tony Platão lançou ano passado (Negro Amor). Deveria ter falado disso tudo antes, mas passou em branco.

Para corrigir esse erro, quero citar duas coisas boas que eu encontrei nessa visita ao shopping: "A Elite da Tropa", livro que deu origem ao "inédito" filme "Tropa de Elite" e "Baladas do Asfalto e Outros Blues ao Vivo" do Zeca Baleiro.

O primeiro é um relato da vida de um policial do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio). É a verdade do mundo lá fora, onde a lei é outra. Para quem conhece o Rio, é realidade. Para quem nunca foi, pode parecer ficção. Garando que não é. Esse livro deu origem a um filme chamado "Tropa de Elite", que foi pirateado antes de ser lançado no cinema. Até em Portugal já chegou. Eu ainda não vi.

A outra coisa boa que encontrei foi o CD ao vivo do Zeca Baleiro. Já havia assistido ao show no Canecão. Resolvi comprar o disco porque estava a um preço acessível. As músicas são muito bem escolhidas, repertório ótimo, baseado no penúltimo disco de estúdio, Baladas do Asfalto e Outros Blues. O Zeca conhece bastante de música e usa ótimas músicas incidentais, como "Posso perder minha mulher, minha mãe desde que eu tenha o Rock and Roll" dos Mutantes, "Você", do Tim Maia e a minha preferida, Amor, do Secos e Molhados. Não tenho me cansado de escutar.

Zeca Baleiro é um dos melhores compositores da MPB atual (senão o melhor). Tem discos de grande destaque e continua produzindo a todo vapor. Quero comprar o último mas vou esperar o preço baixar um pouquinho.

Paraty

Já que estávamos lá, não custava nada dar um pulo no centro histórico de Paraty, patrimônio histórico da humanidade.





Depois de algumas fotos e com o fim do dia, pegamos a estrada e voltamos para Ubatuba. Nada como um dia como esse...

Mergulho em Paraty

Aproveitei o feriado e a estadia em Ubcatuba (SP) para fazer um mergulho em Paraty, a uma hora de carro (70km). Voltar ao Rio é sempre bom. Até o céu é mais azul...

Seriam dois mergulhos, previamente agendados em Manaus por telefone. Chegamos cedo, 8:30 da manhã. O barco partiu pontualmente às 9. Antes rolou um "briefing" e nele eu descobri que mergulharia sem um guia. Seria meu primeiro mergulho feito dessa forma. Conheci meu dupla na hora, um italiano que não falava muito bem português. Tivemos que acertar tudo em inglês.

O barco demorou cerca de uma hora para chegar ao primeiro ponto. Enquanto isso, aproveitamos o belo dia de sol para tirar algumas fotos da região. Para quem não conhece, Paraty fica no litoral sul do Rio e faz parte da região da Costa Verde (assim como Angra, Ilha Grande, Itacuruçá, Ubatuba).







O primeiro ponto escolhido foi a Ilha dos Meros. Era hora de preparar o equipamento e "descer".









Apesar de não haver guia, o mergulho foi bem tranqüilo. Ilha de um lado e areia do outro, não tem como se perder. É só sair para uma direção, controlar o ar e quando já estiver perto de chegar na metade da pressão voltar. Não tem muito perigo se o ar acabar, afinal estamos dentro de uma baía e a pouca profundidade. Qualquer coisa é só subir e nadar em direção ao barco.

Saímos na direção contrária das outras duas duplas. Lá em baixo pouca vida. Alguns peixinhos, muito ouriço e estrelas do mar. Mero, ao contrário do nome da ilha, nem pensar. A visibilidade estava boa. A temperatura estava um pouco baixa, 21 graus. Chegamos a uns 12 metros de profundidade e o mergulho durou em torno de 50 minutos.

Inusitada foi uma estátua similar à do Cristo no Corcovado que mergulhadores locais "plantaram" no fundo. Atrás do cristo, um símbolo em metal da maçonaria.

Encerrado esse mergulho, partimos para o próximo, em outra ilha, a Ilha dos Ratos. Quando chegamos lá, as condições não estavam boas e acabamos retornando para a Ilha dos Meros. Dessa vez, havia outras embarcações e mais gente mergulhando. Para nossa sorte, todos estavam indo em busca do cristo. Eu e meu dupla fomos na outra direção.

Dessa vez a visibilidade estava pior, o mar estava um pouco mais mexido. Para piorar, minha máscara começou a embaçar e a do italiano arrebentou o elástico. Continuamos assim mesmo. Vimos uma arraia, uns linguadinhos e um peixo cheio de "asas". Apesar de mais vida, esse mergulho foi pior. Principalmente por causa da baixa visibilidade e também por causa da forte correnteza que pegamos.







No final, a experiência foi ótima. Sempre é bom mergulhar. O guia não fez falta. Pena que as condições não eram as melhores e fizemos dois mergulhos no mesmo ponto. Acho que vou investir numa proteção para a câmera. Assim posso tirar as fotos do fundo também.

Retornamos ao porto e de lá fomos passar um final de tarde em Paraty.

Uns dias

Estou fora uns dias numa onda diferente, provando tantas frutas que até perdi a conta. Deixei Manaus no dia 5 e já passei por Campinas, Ubatuba e Paraty. Agora estou de volta a Campinas a caminho do Rio amanhã. O tempo é curto, infelizmente. Tenho ficado pouco tempo na internet e isso acaba refletindo na freqüência de atualizações do blog. Acabo recebendo e-mails de reclamação do meu único leitor assíduo que fica além-mar.

Prometo que me esforçarei. Tenho algumas idéias na cabeça... Quem sabe elas não saem hoje?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O troco e o mar

Feriadão em Manaus, mundial de judô no Rio. É hora de eu dar o troco nessa cidade. Vou me mandar. É verdade que só por uns dias, mas não deixa de ser um troco. A cidade que há 3 anos me recebeu de forma acolhedora, hoje em dia faz de tudo para tornar minha vida mais difícil.

Vou ao encontro das pessoas que gostam de mim, dos meus amigos, do colo de mãe, do mar... Ahh, o mar!!! O tempo é curto. Mas já está valendo. Não vejo a hora de encontrar aqueles olhos verdes. Olhos de mar. Ahh, o mar!!!

domingo, 2 de setembro de 2007

Ensaio sobre a pobreza

Não, este post não tem nenhuma relação com o famoso romance de José Saramago, Ensaio sobre a cegueira, ainda mais porque nunca li Saramago. Não sou tão "culto" como muitos pensam. Quero apenas deixar algumas impressões de como a pobreza influencia minha vida.

Nasci pobre, logo, durante toda minha vida, me envolvi com outros pobres. Todos os meus amigos precisam trabalhar para viver. Isso é o maior atestado de pobreza que pode existir.

Na volta de Pequim para Paris, houve um over-booking no meu vôo e por isso viajei de classe executiva da Air France. Diante de tanto luxo, tive um estalo e definitivamente vi que tenho o dom para a riqueza. Mas a vida prega peças. Como diria Chico Buarque:

"Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria, eu nasci batuqueiro
Eu sou do Rio de Janeiro"

Tudo isso influencia demais no meu dia-a-dia. Me faz sofrer. Toda 2a feira de manhã sou lembrado de meu estado de pobreza por meu despertador que faz questão de me dar um "tapa" antes das 6 da manhã.

Pobre adora fila. Mas eu, rico em espírito, tento evitá-las ao máximo. Faço compras via internet, uso banco virtual, tento não freqüentar lugares muito cheios (como shoppings no final de semana). Procuro ir ao cinema para assistir filmes alternativos porque seu público sempre é reduzido, principalmente em Manaus, e conseqüentemente suas filas também são.

Futebol é o esporte preferido dos pobres. Eu, tentando seguir minha natureza de rico, durante os finais de semana, abro mão da clássica "peladinha", para jogar tênis, esporte de rico. Meu envolvimento com o violento esporte bretão é, na maioria das vezes, puramente de espectador, via satélite, no conforto do meu quarto.

Mas não esqueçam. Sou pobre, então não tenho como fugir da minha realidade. Sou um freqüentador de PAC's (Posto de Atendimento ao Cidadão), uma das maiores concentrações de pobre existentes no planeta. Não porque eu queira. Não tenho escolha. É a única maneira de se pagar IPVA neste estado (a não ser que você tenha alguém que pague para você. Coisa para rico.).

Tenho minhas vacinas todas atualizadas. Entre elas, anti-tetânica, hepatite e febre amarela. Torço para não pegar malária. Tudo doença de pobre.

Nas minhas férias, decido por roteiros para onde meus créditos de programas de milhagem aérea podem me levar. Isso limita minha criatividade turística. Até nos momento de lazer, vida de pobre é dura.

Preciso arrumar uma solução para esses problemas que tanto me afligem. Definitivamente trabalhando não vai ser. Talvez um golpe de sorte venha me salvar. Por enquanto minha sina continua. Ainda não foi dessa vez que eu ganhei na mega-sena...